sexta-feira, 26 de março de 2010

Desonestidade intelectual ou doença mental?

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Quando os factos são evidentes (através de imagens e sons indiscutíveis) e alguém os desmente ou procura que sejam olvidados sugerindo situações inventadas ou, no mínimo, não comprovadas, é configurada uma situação evidente de desonestidade intelectual ou, mais grave ainda, um problema de saúde mental.

Um indivíduo, de nome Rui Moreira, a quem proporcionam a possibilidade de preencher uma página do jornal “a Bola” com um chorrilho de disparates, após informar (não era preciso) ter participado numa manifestação (de “meia dúzia de gatos pingados”) à porta da Liga afirma que os seus “… detractores têm saudade dos tempos em que esses actos eram ilegais e em que o F. C. Porto era proibido de ganhar fosse o que fosse…”. Coitado, não sabe do que fala. E se sabe, será por se situar no “mundo” dos que apoiavam o regime então vigente porque os que contra ele lutavam, faziam-no para conquistar liberdade e justiça (e lembro que dirigentes clubistas com ligações ao regime fascista houve diversos no F. C. Porto ao contrário do clube a que ele tem aversão).
E conseguiram vencer. Só não era espectável que alguns sectores fossem tomados de assalto por grupos corruptos como se vem comprovando, designadamente no futebol, onde os muitos factos conhecidos e comprovados são disfarçados por “janelas de escape” do sistema judicial português.
Mas reconheço que tem razão quando refere que ainda “… há gente com decência, competência e bom senso”. Não é certamente o seu caso, antes o do demissionário presidente (agora ex) da Liga que muito fez para dignificar um desporto que vinha a ser dominado pela obscuridade e corrupção.
Escreveu também que “… a verdade desportiva nunca será reposta e o F. C. Porto não recorrerá à secretaria porque não é esse o seu desporto favorito”. Espantoso! Não terá sido na secretaria que, nas últimas épocas o F. C. Porto tem ”jogado” as participações para os “sumaríssimos” que conduziram a punição de jogadores benfiquistas? E relativamente a verdade desportiva, na realidade nunca será reposta pois se tal acontecesse o seu clube estaria a jogar nas divisões secundárias e não teria participado esta época na Liga dos Campeões e as receitas (ilegítimas) desta competição serviriam para pagar parte da indemnização devida ao futebol português pelos danos que lhe causou.


Será desonestidade ou problema de saúde mental?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nas portas que Abril abriu, entrou........."GRANDE PORCARIA"

As portas que Abril abriu!


Não era espectável, para quem lutou para que o 25 de Abril de 74 acontecesse, que “as portas abertas” constituíssem serventia para o oportunismo, a vigarice, o compadrio, a corrupção, enfim, o poder mafioso se tornasse dominante.

Concretamente no futebol, ao contrário do que aconteceu em Itália (berço da máfia) onde a verdade imperou condenando os corruptos sem olhar a nomes (casos de Juventus e Milan) e Inglaterra, onde os nomes de Cantona e Manchester United não impediram uma punição de oito meses para agressão a um espectador, aqui fecham-se os olhos à corrupção, com a conivência de sectores do sistema judicial, e à violência, com o compadrio de, “jubilados” ou não, componentes do Conselho de Justiça de uma Federação a quem, estranhamente, ainda não foi retirado de facto o estatuto de Utilidade Pública.

Até a vergonha perderam!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Palavras da treta!

O senhor Rui Moreira, adepto confesso do FCP, pessoa influente no mundo empresarial e, pelos vistos, na comunicação social tantos são os “instrumentos que toca” tem, reconheço, palavra fácil. E esta qualidade proporciona a quem a tem, a possibilidade de influenciar opiniões e, bastas vezes, conquistar apoios para posições menos correctas. É desta forma que, por exemplo, políticos influenciam o eleitorado para apoio a candidatos que, na verdade, não o merecem; que advogados defendem, com êxito, arguidos de crimes abundantemente comprovados, etc., etc., etc., mas é também através da palavra que frequentemente se esclarecem situações e se repõe a verdade. Através da palavra e também da imagem.
Sugere o senhor Rui Moreira na “sua” página do jornal “A Bola” de hoje, 6ª feira 30/10/2009, que Aimar, oriundo do país do tango, é um “tangas” (isto é, um simulador, enganador, enfim… um aldrabão).
Será que a “tanga” é de Aimar? Ou será do senhor Moreira?
Vejamos as imagens seguintes, correspondentes à situação a que o senhor se refere:









E agora relembremos, de passagem, alguns casos dum passado recente justificados com “tangas” das quais, pelo menos de algumas, o referido senhor não pode separar-se:
- Penalty assinalado contra o Benfica no jogo da época transata FCP-SLB, protagonizado por Lisandro, curiosamente oriundo do país do tango,
- A corrupção e fraude comprovadas no processo Apito Dourado que “janelas de fuga” permitiram deixar impunes os prevaricadores,
- O pagamento de férias no Brasil ao senhor Calheiros que, “por mero acaso” foi debitado ao FCP.
… E por aqui me fico (por agora).


N.B.: - Ainda pensei adicionar a este texto um comentário sobre apreciações de um indivíduo, ex-árbitro, inseridas num jornal desportivo porém, face à ausência de credibilidade que lhe está associada, decidi não o fazer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Palavras infelizes...



No almoço comemorativo do 9º aniversário do núcleo sportinguista de Vendas Novas, o senhor Eduardo Bettencourt, presidente do S.C.P. e militante indiscutível do segundo maior clube português fez afirmações tão surpreendentes quanto lamentáveis. Talvez na tentativa de se mostrar um parceiro à altura do distribuidor de fruta que todos conhecem ou, por outro lado, em solidariedade com a equipa de futebol do seu clube, veio a terreiro demonstrar que o nível de actuação da direcção do clube é semelhante ao do desempenho da equipa – completa desilusão! São os próprios sócios e adeptos que o afirmam.

Nas suas declarações, transcritas na imprensa, diz a dado passo:

“Sabem porque o Sporting é um clube diferente? Porque não confundimos futebol com política. Não temos relações promíscuas com instituições. Resolveram os problemas dos outros antes de resolver os do Sporting…”

Estava, decerto, a referir-se à iniciativa do presidente da Câmara de Lisboa, Santana Lopes, ex-presidente do seu clube, na fase de construção dos novos estádios com vista ao Campeonato da Europa realizado em Portugal.  Não disse, talvez “por desconhecimento”, que para satisfazer os interesses do seu clube foi necessário alterar o plano urbanístico de forma nada consensual (duvidoso até), motivo que levou a adiar a decisão até mandato posterior…
Na outra afirmação transcrita dizia:

“É uma vergonha o fundo do Benfica! Javi Garcia avaliado em 16 milhões, juniores que ninguém conhece avaliados em 5 milhões”.

Este senhor é economista, formado numa sociedade de economia de mercado e exercia funções como administrador da Comissão Executiva duma entidade bancária.
No mínimo devia respeitar a CMVM que, por sinal, até tem sido particularmente rigorosa com a SAD benfiquista ao contrário do que acontece com outras SAD’s existentes. Depois desrespeitou os responsáveis pela entidade bancária, provavelmente economistas de maior qualidade que, com os responsáveis pela SAD do S.L. e Benfica definiram, de forma absolutamente legítima, o enquadramento daquele fundo obrigacionista.
Depois “desacredita aquele a quem chamam papa, que considera o Departamento de Prospecção do Benfica o melhor do país”. Ah! e esqueceu-se da valorização que o seu clube atribuiu aos, na altura, ex-júniores João Moutinho e Miguel Veloso para impedir a sua saída.

Concluindo: Em minha opinião demonstra desonestidade intelectual e como economista deixa muito a desejar. O Sporting C. P., apesar de ser um clube adversário, não merecia!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009


Areias douradas

A foto mostra um bando de pintos. Os mais pequenitos moldados pela determinação e interesse do maior, na circunstância pintado de azul.
Azul por fora mas com o seu cérebrozinho, naturalmente pequenino, carregado de pesadelos vermelhos (dum vermelho com bastante luz).
São o bando da costa, sendo o maior (o tal azul) conhecido como o pinto da costa.
Não cuidam da zona que frequentam, fazendo e deixando porcaria por todo o lado. Dão bicadas em tudo o que encontram, até nos telemóveis “perdidos no areal” e que, por isso, perdem o seu valor (pelo menos o valor de prova testemunhal).
Montaram o seu sistema, com características mafiosas, não permitindo a “estranhos” a entrada no seu território.
Mas começam a estar “velhinhos”, libertando um desagradável odor de podridão, e parece sentirem-se ventos de mudança.
Esperemos que esses ventos libertem a praia do “cheirinho” desagradável e as marés se encarreguem de eliminar a porcaria.

NB: Existe uma história, de género semelhante, contada sob a forma de vídeo que pode ser conhecida através do “link” que se segue.
http://www.youtube.com/watch?v=GfW3dw01gck

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Paradoxos









Se bem me lembro…



• O treinador do S.C.Portugal, Paulo Bento, e a generalidade dos órgãos de comunicação escrita e audiovisual fizeram enorme alarido ao longo de cerca de uma semana após uma decisão incorrecta do árbitro, Lucílio Baptista, ao assinalar grande penalidade contra o S.C.P. em benefício do S. L. Benfica no jogo final da Taça da Liga da época anterior, omitindo as várias outras decisões incorrectas do mesmo árbitro, no mesmo jogo, que penalizaram significativamente o S.L.B..


Lembro bem…


• No passado domingo e 2º feira, a mesma imprensa alimentou de forma intelectualmente desonesta a ideia de grande penalidade mal assinalada favorecendo o S. L. Benfica no jogo com U. Leiria (refiro desonestidade intelectual por não admitir que profissionais relatores, comentadores ou repórteres de jogos de futebol desconheçam as regras que enquadram este desporto). Relembro a ideia lançada na semana anterior de alegados erros de arbitragem, desmentidos pela utilização de novas tecnologias que demonstraram a correcção das decisões apesar do comentador, com as imagens à sua frente “manter as dúvidas relativamente à sua legalidade”, que teriam proporcionado dois dos quatro golos com que o Benfica venceu o Belenenses.


Curiosamente…


• A mesma imprensa na noite de ontem e hoje (3ª feira) quase não refere (limita-se a reproduzir a posição dos treinadores das equipas) a grande penalidade incorrectamente assinalada e que teve influência directa no resultado do jogo Sporting-Olhanense para a Liga Sagres. O treinador Paulo Bento, de memória curta, esqueceu a forma incontida como se tinha pronunciado na situação relativa à final da Taça da Liga, reconhece o erro do árbitro mas considera que a sua equipa foi mais prejudicada por, alegadamente, ter existido uma grande penalidade não assinalada no mesmo jogo e a expulsão que, em sua opinião, deveria acontecer no mesmo lance e, como não bastasse para alimentar a sua posição de “coitadinho” decide acrescentar uma opinião (desenquadrada do contexto) sobre um lance de grande penalidade alegadamente mal assinalada contra a sua equipa em jogo anterior do campeonato (derrota em casa com o S. Braga). COITADINHO! COITADINHO! COITADINHO!!!


CONCLUSÃO: Contra os factos, os argumentos desonestos de quem pretende impor a ideia de que o Benfica é beneficiado pelas arbitragens não pega. Concretamente, ao fim das primeiras cinco jornadas a equipa do Benfica é, das posicionadas no topo da tabela classificativa, a única que não obteve vantagem factual de erros de arbitragem.



N.B.: Às vezes olho-me no espelho e “digo” para a imagem «tu és masoquista. Continuas a ouvir as tolices do “repórter????” Nuno Luz». Mas o que hei-de fazer? não resisto, como ontem após o jogo S.C.P.-Olhanense. Provavelmente é por haver mais pessoas como eu que ele mantém o seu posto de trabalho.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pensar Futebol - A Estrutura










Sei que as opiniões divergem entre os aficionados do futebol.
Mesmo dentro de núcleos restritos de sectores específicos como dirigentes e treinadores, a opinião não é consensual no que se refere às competências do treinador. Obvio que lhes compete planificar e ministrar as tarefas de preparação física, técnica e táctica do grupo; escolher a composição e dirigir a equipa nos jogos a disputar (embora se verifiquem, infelizmente, casos de interferência por parte de directores). Dúvidas subsistem quanto à responsabilidade da composição do plantel.
. Há quem opine que é uma competência do treinador porque a responsabilidade que lhe é atribuída só poderá ser cobrada se lhe forem proporcionadas as “ferramentas” que ele pretende para desenvolver o seu trabalho;
. Outros terão opinião diferente, considerando ilógico ser essa uma competência do treinador tendo em conta que, se assim for, um próximo treinador pode considerar que nenhuma dessas “ferramentas” lhe interessa e exigir a construção de um novo plantel. Portanto competirá à direcção formar o plantel e ao treinador trabalhar com “as ferramentas” que lhe são disponibilizadas e delas obter o rendimento pretendido.
. A tendência será, naturalmente, uma opção consensual subordinada a dois factores decisivos, a disponibilidade financeira do clube e a capacidade da gestão dos fundos disponíveis por parte do director desportivo a quem competem as decisões finais, tendo em conta a opinião do treinador tomado como assessor (dependendo da organização estrutural do clube, pode o director desportivo ser, conjuntamente com o treinador, assessor de outro director hierarquicamente superior com poder de decisão final). Complementarmente serão tidas em conta outras assessorias, designadamente as áreas de prospecção e de formação.
Assim será possível caminhar no sentido de acabar com situações de jogadores transferidos por valores elevados serem marginalizados ou cedidos precariamente na época seguinte por treinador diferente com graves prejuízos financeiros para o clube.
E isto implica a existência de uma condição indispensável: um forte e permanente espírito de equipa capaz de ultrapassar pontuais divergências.
Para que tal aconteça é imprescindível uma avaliação aprofundada das características dos treinadores em equação para contratação, nas vertentes consideradas importantes para a ocupação do cargo, o que deve ser definido previamente. Do rigor na definição desses parâmetros, na avaliação dos candidatos e consequente escolha, residirá grande parte do nível de sucesso a atingir.
Depois, e considerando que futebol é um jogo e, como tal susceptível de, principalmente no curto prazo alguns resultados não corresponderem à qualidade do trabalho desenvolvido, é necessária grande firmeza na manutenção da estrutura, independentemente da pressão externa, de modo a permitir a consolidação do trabalho desenvolvido. Este é um ponto onde os responsáveis, frequentemente, vacilam e acabam por ceder a pressões externas ditadas por reacções impulsivas muitas vezes alimentadas por profissionais da comunicação social que demonstram ser mais manipuladores do que analistas responsáveis. É nestas alturas que compete ao responsável máximo assumir que é a ele que compete decidir, independentemente das opiniões externas desconhecedoras da realidade interna do clube e de acordo com a sua análise cuidada, conhecedora e responsável do trabalho desenvolvido pela equipa técnica.
Analisando o que se passa no Benfica, de acordo com as ideias expressas anteriormente direi que me parece (pois não possuo elementos de análise que me permitam maior convicção) possuir Rui Costa características para ser um director desportivo de eleição ao nível do que foi como jogador que foram sublimadas por um ano de adaptação ao cargo e serão, decerto, aperfeiçoadas com o decorrer do tempo.
Importante, e no interesse do Benfica, é que os sócios e adeptos dediquem um apoio inquebrável à actual estrutura e sua estratégia.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Corrupção "democrática".









Na revista de domingo do “Correio da Manhã” é transcrita uma frase alegadamente incluída numa entrevista dada ao semanário Expresso por um indivíduo de nome Antero Henrique que exerce funções como director geral da S.A.D. do F.C. do Porto. Dizia assim: - “O Benfica não sabe viver em democracia”.
Espantoso o descaramento com que são feitas afirmações tão absurdas. Direi mesmo que esta é uma afirmação desavergonhada!
Mas como condescendência não é uma palavra vã, vamos aceitar que haja quem tenha um entendimento de democracia diferente do meu… por exemplo, que entenda que democracia é todos terem o mesmo direito de “jogar sujo” e como o Benfica não alinha no jogo sujo, então não saberá viver nessa democracia (porca!). Aqui já começo a entender a posição “antidemocrática” benfiquista e a associar-me a ela (vejam bem, eu que desde meados dos anos sessenta venho lutando pela democracia!).
E, partindo deste novo entendimento, compreender a “legitimidade” do “papa” e seus apaniguados em enveredar pela fraude e corrupção convictos de que não serão penalizados porque a alegada não legitimidade das escutas telefónicas os inocentam do facto real que elas demonstram: participação, de facto, em actos de corrupção!
Concluindo: O Benfica não sabe viver na democracia de corrupção em que vive aquele indivíduo, seus companheiros e seguidores!
Por mim, Bem Haja S.L. Benfica
!!!

sábado, 29 de agosto de 2009

Em viagem.











Visita guiada em 29/08/2009

Quando entramos no “mundo do futebol” deparamos com múltiplas “ruas e vielas”. É um “mundo dentro de outro mundo” mas reflecte, de forma inequívoca, o modo de estar e agir nas restantes áreas da sociedade.
Tem regras e princípios organizativos onde a ética deveria ser respeitada e tem como objectivo oferecer um produto (espectáculo/jogo de futebol ) que está na origem de toda a organização envolvente) o qual deve respeitar regras próprias pré-estabelecidas – as Leis do Jogo (apenas 17).
Por princípio, todas estas “ruas” deviam apresentar-se bem limpas para que o produto final não se apresentasse contaminado. Será isso que acontece?
Observemos então a “rua principal”,

“Leis do Jogo”

. As regras devem ser cumpridas, rigorosamente, pelos intervenientes e o seu cumprimento deve ser garantido por uma entidade devidamente preparada para o efeito, a Equipa de Arbitragem.
Dadas as condições em que a acção decorre, o erro é susceptível de acontecer e para diminuir a sua ocorrência seria importante conceder-se aos árbitros os meios possíveis para evitar que tal se verificasse.
Isso não se verifica e os motivos por que acontece não são claros, bem pelo contrário, pois impedir ou, simplesmente, limitar a sua introdução facilita a penetração da corrupção. Porque facilita a alegação de não percepção de faltas não assinaladas e a convicção de terem existido faltas que na realidade não terão sido cometidas.

Percorrida parte da “rua”, deparamos com um “largo” no centro do qual se encontra uma estátua representando um grupo de papagaios, é a estátua da

– “Comunicação Social”

. Comentadores (alguns deles treinadores ou ex-jogadores) afirmam que não assinalar algumas faltas como, segundo afirmam, é hábito nos árbitros ingleses, é útil para o futebol por não quebrar o ritmo de jogo e evitar perdas de tempo desnecessárias. Comparativamente, é como considerar sem importância o roubo duma carteira em qualquer rua de cidade por ser um crime menor.
Existem 17 leis do jogo e destas menos de metade relacionam-se com os acontecimentos que ocorrem durante um jogo. A maioria das decisões envolve a Lei 12 – Faltas e incorrecções. Conjuntamente existe uma norma (ou determinação) que recomenda aos árbitros não assinalar faltas quando esse facto beneficie a equipa do jogador prevaricador (a esta norma chamam alguns, erradamente, Lei da vantagem, induzindo em erro quem os escuta).
Resumindo, compete à equipa de arbitragem garantir o cumprimento das leis; e não sancionar os prevaricadores (excepto no cumprimento da recomendação descrita) justifica crítica e não exaltação. A compensação para o tempo perdido com a cobrança das faltas está prevista na Lei 7 e, a ser cumprida com rigor, anula a alegação do reduzido tempo útil de jogo.
Um pouco adiante encontramos uma “travessa” a

– “Disciplina”

. Tem uma aparência limpinha mas na realidade esconde lixo que não passa despercebido aos mais atentos.
Na presunção de que os erros de arbitragem são isentos do pecado de fraude e se devem exclusivamente a causas circunstanciais, há situações que merecem apreciação mais profunda e decisão em conformidade. Refiro-me concrectamente a agressões que a equipa de arbitragem não detecte, à prossecução de acções de ludibrio dos árbitros por estes não detectadas, enfim, atitudes susceptíveis de acção disciplinar que não foram detectadas na altura. O visionamento de imagens gravadas facilmente se transformaria em “aspirador” para esse lixo. Aliás, em Portugal tal possibilidade já foi utilizada. Lamentável é que situações semelhantes não tenham obtido o mesmo tratamento. Se regulamentação obscura assim o determina, deve ser denunciada e extinta (o que aconteceria já com bastante atraso). Mas mais vale tarde do que nunca!
A alteração de fundo que moralize situações destas compete aos organismos superiores do futebol mundial mas presumo que as federações e ligas de cada país têm autonomia para fazê-lo internamente mesmo antes de decisão superior.

A utilização de recursos tecnológicos modernos limitaria fortemente as consequências negativas de decisões incorrectas das equipas de arbitragem. O conservadorismo associado à recusa de utilização desses meios é inadmissível na actualidade e susceptível de gerar suspeita da existência de interesses obscuros de quem domina as altas instâncias do futebol mundial.


- Aqui termina esta viagem ao mundo do futebol. Outras decerto se seguirão ao sabor da imaginação ou em consequência de factos novos que mereçam atenção.

domingo, 23 de agosto de 2009

A VACINA.


O erro do árbitro é susceptível de acontecer,
– desculpável quando é consequência de equívoco na análise dos lances;
- indesculpável quando resulta de errada aplicação da lei em situações de fácil análise dos lances.
No primeiro caso é “erro de facto “; No segundo caso é “erro técnico” e susceptível de protesto e eventual repetição do jogo.

Exemplos de (eventuais) erros de facto:
. grande penalidade assinalada contra o Benfica, no jogo F.C.Porto-S.L.Benfica. na época 2008-2009;
. alegadas grandes penalidades no jogo Sporting C.P. -S.C. Braga (favoráveis uma a cada equipa)
. alegados erros na amostragens de cartões a Hulk e Cardoso na primeira jornada.

Exemplo de erro técnico:
. Não repetição da grande penalidade favorável ao Benfica na primeira jornada.

A referência aos erros de arbitragem é legítima; mas tem limites, pelo menos éticos.

Acontece que, iniciada a época 2009-2010, imediatamente após a primeira jornada e para prevenir o efeito de eventuais "pandemias" de maus resultados, é lançada a “vacina” dirigida aos árbitros. E a ética foi esquecida. Vale tudo.
Vejamos então:
- O senhor Jesualdo Ferreira (que me habituei a respeitar há mais de 20 anos, quando foi meu professor no nível máximo do meu Curso de Treinador e me desiludiu ao perder o seu sentido ético na mudança da Boavista para a zona das Antas) vem queixar-se da permissividade dos árbitros para os que “maltratam” o seu Hulk, omitindo a legitimidade da apresentação do segundo cartão amarelo ao seu jogador (que só pecou por tardia pois poderia – e deveria – ter acontecido ainda na primeira parte com a possibilidade de, em função do critério do árbitro, poder ter outra cor) e fazendo tábua rasa dos inúmeros atentados à integridade física dos adversários perpetrada pelo seu discípulo Bruno Alves. Ah! Esqueceu-se também de referir ter o seu clube beneficiado dum erro de arbitragem, no jogo da pretérita jornada que, a não ser cometido poderia ter-lhe retirado um ponto.
- O treinador adjunto do Sporting, senhor Carlos Pereira, apesar de mais moderado do que costuma ser o seu chefe de equipa, afirmou ter o seu clube sido prejudicado pelo árbitro ao não assinalar uma alegada grande penalidade favorável à sua equipa. Provavelmente preocupado com o comportamento dos seus jogadores esqueceu-se de ver o resto do filme que incluía uma outra alegada grande penalidade, desta vez favorável ao seu adversário.

São também sintomas de preocupação os que apresenta o humorista Diogo Quintela.
De tal modo que o sentido de humor que, frequentemente os seus textos comportam, desapareceu completamente na crónica que hoje apresenta no jornal a Bola.
Critica José Manuel Delgado por utilizar uma página do jornal a demonstrar uma irregularidade que configura um erro grave de arbitragem susceptível, como referi anteriormente, de protesto. Deduzo que considera mais importante a utilização do mesmo número de páginas (uma) na sua crítica balofa mascarada de humor.
Presumo que, ao contrário da situação ocorrida no jogo final da Taça da Liga em que o árbitro teve um erro de facto que prejudicou o seu clube e a notícia foi referência de primeira página na imprensa escrita e noticiários televisivos ao longo duma semana, esta página foi excessiva (mais, um exagero!).
Concluindo: Para o segundo clube mais importante do país, se a notícia ou crónica demonstra que o S. L. Benfica foi prejudicado deve ser omitida (claro, é uma notícia sem importância; acontece tanta vez!!!) mas verificando-se o contrário deve ser divulgada profusamente em toda a comunicação social (pudera! É tão raro acontecer!!!).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Critério sim. Critérios não.


Tive oportunidade de ver e ouvir o jornalista senhor Joaquim Rita comentar o comportamento das equipas tradicionalmente candidatas ao título máximo do futebol português, nesta primeira jornada da Liga Sagres.
Este jornalista, de quem já tive oportunidade de discordar na sua rubrica “A Jornada” no site da RTP, expressou uma opinião com a qual concordo plenamente: os resultados de Sporting e F.C.Porto na Madeira e Paços de Ferreira foram bons porque as suas actuações poderiam ter proporcionado resultados mais adversos enquanto o resultado do Benfica foi mau pois a sua actuação justificaria um resultado claramente favorável.

É sobre este jogo que me pronunciarei de seguida.
- A equipa do Marítimo apresentou-se da forma esperada. Com o objectivo estratégico de condicionar a capacidade ofensiva do Benfica, manteve as suas linhas muito próximas, por vezes quase se confundindo, e situadas, basicamente, no “primeiro terço do campo”.
A saída para lances ofensivos era feita com três, quatro jogadores mantendo-se os restantes basicamente preocupados com a hipótese da recuperação da bola pelos jogadores do Benfica e consequente organização ofensiva.
- A equipa do Benfica apresentou-se da forma a que tem habituado os seus adeptos, alegre, dedicada e solidária. Com ritmo de jogo elevado com algumas quebras perfeitamente naturais derivadas da necessidade de recuperação. Do ponto de vista técnico verificaram-se mais imprecisões e precipitações porventura consequências psicológicas da ansiedade face a resultado inesperado.
- A equipa de arbitragem, ao contrário da opinião dos comentadores, designadamente Carlos Manuel que afirmou, aos 81 minutos de jogo que o único erro do árbitro acabara de ocorrer ao assinalar falta e mostrar cartão amarelo a Fábio Coentrão, não esteve assim tão bem.
A actuação dos árbitros é susceptível de erros. Criticável é o descuido a falta de concentração e a dualidade de critérios.
Admissível é, por exemplo:
- não se ter apercebido da obstrução efectiva dum jogador do Marítimo a Cardoso que implicaria o assinalar dum livre indirecto junto à pequena área do Marítimo (cerca dos42m),
- ter assinalado falta a Luisão sobre o defesa do Marítimo por não se ter apercebido que tal aconteceu por ter sido empurrado por outro defensor maritimista que se encontrava nas suas costas,
- não ter percebido (65m) que Cardoso é impedido de cabecear a bola ao ser desviado, irregularmente, por um defesa do Marítimo.
Não desculpável é o facto de não ter mandado repetir a grande penalidade defendida por Peçanha (que não merecia que tal acontecesse mas as regras devem ser cumpridas) e o senhor Soares Dias errou porque não cumpriu o que referem as Leis do Jogo, a ver,

LEI 14 – O PONTAPÉ DE GRANDE PENALIDADE
Posição da bola e dos jogadores
A bola:

O guarda-redes da equipa defensora:
• deve colocar-se sobre a linha de baliza, frente ao executante, entre os postes do baliza, até ao momento em que a bola seja chutada
Os restantes jogadores, excepto o executante, devem encontrar-se:
• dentro dos limites do terreno de jogo
• fora da área de grande penalidade
• atrás da marca da grande penalidade
• pelo menos a 9,15 m da marca da grande penalidade

Infracções e Sanções
Se o árbitro deu o sinal para a execução do pontapé de grande
penalidade e que, antes da bola estar em jogo, aconteça uma das
seguintes situações:

Um jogador da equipa defensora e outro da equipa atacante infringem as Leis do Jogo:
• o pontapé será repetido

Antes de executar o Castigo, Cardoso já tinha perto de si um jogador do Marítimo e no encalço deste um do Benfica


Assinalar a grande penalidade contra o Benfica é uma decisão legítima que depende do critério de análise do árbitro como pode deduzir-se da leitura da

LEI 12 – FALTAS E INCORRECÇÕES
- tocar deliberadamente a bola com as mãos (excepto o guarda-redes dentro da sua própria área de grande penalidade)

Tocar a bola com as mãos implica um acto deliberado em que o jogador toma contacto com a bola, com as mãos ou com os braços. O árbitro deve ter em consideração os seguintes critérios:
- o movimento da mão na direcção da bola (e não a bola na direcção da mão);

Ilegítimo é a utilização de critério diferente na análise dos lances que passo a referir:
- Contacto da bola com o braço de Manu no lance do qual resultaria o pontapé de canto e consequente g.p. contra o Benfica.
- Contacto da bola com um defensor do Marítimo aos 91m dentro da sua área de grande penalidade.

Dualidade de critérios é, em minha opinião, talvez o erro mais condenável, e indesculpável, num árbitro.

Também por critério, mostrou cartão amarelo a Óscar Cardoso quando teria toda a legitimidade para optar pelo cartão vermelho. Este terá sido o único momento em que a “sorte” bafejou o Benfica.

No último apontamento uma sugestão aos comentadores (da Sport.tv mas extensivo a muitos outros):
Preparem-se, previamente, para desempenhar as vossas funções; por exemplo seria interessante conhecerem as Leis do Jogo, são só 17 e estão disponíveis no site da F.P.F..
Para C. Manuel (que, como eu, tem curso de treinador de futebol onde existe uma disciplina sobre as Leis do Jogo), que eu saiba nunca houve proibição de execução da”paradinha”, apenas esclarecimento que, por erro de interpretação nem sempre foi bem aplicado.

domingo, 9 de agosto de 2009

Benfica - Milan


Este blog foi prespectivado para funcionar em conformidade com a época futebolística 2009-2010 e, tal como ela, tem um período de pré-temporada.
Assim, e numa primeira abordagem, vamos pronunciar-nos sobre um jogo de preparação e um comentário inserido no jornal Correio da Manhã. Refiro-me ao jogo entre o S. L. e Benfica e o A. C. Milan para o troféu "Eusébio Cup" e ao comentário da responsabilidade do senhor João Querido (por alguns) Manha (detectada por muitos).

Afirma aquele senhor que houve “pouco espectáculo” ou, mais acintosamente, que foi ”uma partida que ficou muito aquém do espectáculo prometido…”. Se o jogo a que ele se refere é o mesmo que eu vi, então ele utilizou óculos duma nova cor: o “anti-vermelho do Benfica”. Possivelmente, em sua opinião, seria um “grande espectáculo” caso o Benfica fosse dominado pelo Milan.
Depois considera Schaffer um “defesa esquerdo sofrível” mas mesmo assim ser melhor que um adaptado (o que conduz à interpretação óbvia de ser David Luiz, enquanto defesa esquerdo, um mau jogador).
Seguidamente afirma que “na primeira parte, com os prováveis titulares, apenas se destacou Luisão” e aqui regressam as minhas dúvidas: será que eu e aquele senhor vimos o mesmo jogo???
E, sentindo-se “iluminado” continua com as suas conclusões “brilhantes”: “… o treinador fez questão de mostrar que não tem defesas laterais…” e “…viu ainda levantarem-se legítimas interrogações à aposta táctica do 4x4x2 losango, que não se ajustou a Ramires…”.

Finalmente, com a legitimidade que me assiste em função da minha formação como treinador de futebol, permito-me afirmar que esse senhor, se prestasse prova numa disciplina de Futebol, não obteria, sequer, classificação parecida com a que atribui a Schaffer como defesa esquerdo.
Como é possível este senhor ser profissional, como comentador, numa área que não domina?

N.B.: O facto de ser benfiquista acentua a mágoa de ouvir ou ler comentários “profissionais” incorrectos e tendenciosos mas a crítica que faço é consequência duma análise fria e ponderada das
situações.